Por Fábio Rios, da Knewin, e Luciano Pires, da FSB
A crise sem precedentes que acomete a todo o mundo vem causando impactos nas diferentes camadas da sociedade. Para as empresas, não é diferente. O que fica evidenciado neste cenário de quase guerra é que não há tempo de nos prepararmos para a batalha quando ela já está acontecendo. As companhias mais estruturadas tendem a ter instituído um plano e um comitê de gerenciamento de crises, mas esta não é a realidade de todas.
O que pudemos presenciar neste breve e conturbado momento, desde que o novo Coronavírus espalhou-se pelo planeta, é uma combinação de empresas muito estruturadas, com capacidade de agirem rápido frente à mudança de cenário, e outras com pouca agilidade para mudarem seus rumos. Existem alguns fatores que diferenciam as empresas para estarem em um grupo ou em outro. O primeiro deles, acreditamos firmemente, é a capacidade de usar dados para embasar decisões.
São muitas tecnologias disponíveis hoje e prontas para serem adaptadas às realidades de diferentes negócios. Os termos estão em evidência e todos sabemos, aparentemente, a relevância do machine learning, da inteligência artificial, do data mining e do data analytics. Mas existem dois pontos que precisam ser levados em consideração, para além dos modismos.
O primeiro deles é a escolha e qualidade das ferramentas utilizadas. A abrangência das informações é importante, assim como a capacidade de análise e a forma de apresentação dos dados. Quanto mais friendly, melhor. Afinal, não é possível ter uma ferramenta extremamente complexa, e que exige longo prazos para apuração. Agilidade é a alma do negócio, especialmente em tempos de novo normal.
Há muitas formas de apresentação dos dados. Temos sempre que considerar que, em um cenário de crise e de necessidade de tomada de decisões com muita agilidade, não se deve ficar limitado a estruturas complexas e restritivas. Desta forma, deve-se priorizar aquelas que ofereçam uma variedade de formatos para a visualização dos dados. A vantagem, neste caso, é que são ferramentas mais democráticas, podendo ser aproveitadas não apenas pelos especialistas, mas por uma gama maior de profissionais dentro das áreas de negócios, marketing, comunicação, entre outras.
Um exemplo é o Dashboard Covid-19 Redes Sociais. Em uma única tela, de acesso aberto e gratuito, é possível ter a visão completa do que acontece nas redes sociais no contexto da pandemia. Como os dados são retratados em gráficos, mapas e big numbers, a ferramenta é de fácil utilização e suporta decisões de negócios urgentes.
E, este ponto está relacionado ao readiness para aplicar as informações levantadas da melhor forma possível. Dados são fundamentais, acreditamos nisto, mas o que fazer com eles após a sua observação? A formação de times multidisciplinares, que tenham olhares diversos sobre dados comuns, é chave para o sucesso das estratégias frente a um cenário tão atípico.
Fábio Rios é socio-diretor de Vendas e Marketing da Knewin, startup líder em PR Tech na América Latina. Luciano Pires é sócio-diretor da FSB Inteligência.
Artigo publicado originalmente em LinkedIn Pulse.