O papel estratégico da liderança na comunicação em tempos de IA 

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A inteligência artificial já deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade estratégica  nas organizações. Seus impactos não se limitam à automação de tarefas ou ao suporte em decisões baseadas em dados: ela está redesenhando o papel da liderança, especialmente na área da comunicação. Neste contexto, entender como exercer uma liderança na era da IA que seja eficiente e humana é essencial para manter a relevância e o impacto da comunicação interna.

No evento “Tendências da IA | Novos rumos para a comunicação corporativa e reputacional”, promovido para discutir os caminhos da comunicação no cenário digital, Renato Avanzi, jornalista, escritor, consultor e coordenador da pós-graduação Master em Comunicação Empresarial Transmídia na ESPM, apresentou a palestra “O papel estratégico da liderança na comunicação em tempos de IA”, que trouxe reflexões fundamentais sobre o equilíbrio entre tecnologia e humanização na liderança comunicacional.

Este artigo é uma análise aprofundada desse conteúdo, voltada especialmente para quem está no centro das decisões comunicacionais dentro das empresas.

Inteligência artificial: aliada ou ameaça para a comunicação?

Avanzi começa sua fala com uma provocação: discutir se a IA é boa ou ruim. No entanto, a questão não é mais “se” vamos usar IA na comunicação, mas “como” usá-la. A inteligência artificial na comunicação chegou para ficar, e seu impacto dependerá do olhar e da relação que a liderança estabelece com ela.

Em vez de enxergar a IA como uma ameaça à inteligência humana ou à criatividade, é preciso compreendê-la como uma parceira estratégica, especialmente quando se fala em liderança e transformação digital na era da inteligência artificial.

O diferencial competitivo das empresas está cada vez menos em quem possui a tecnologia e mais em quem sabe usá-la de forma inteligente, ética e empática.

O papel da liderança na era da IA

Se por um lado a IA traz benefícios inegáveis para o cotidiano das equipes, como automação de tarefas, economia de tempo e apoio à geração de ideias, por outro, ela não substitui o papel estratégico da liderança. Pelo contrário, torna esse papel ainda mais relevante.

Renato Avanzi é claro ao afirmar: “O líder é insubstituível. O único meio de comunicação obrigatório dentro da equipe é o gestor.” É por meio da liderança que a cultura organizacional se sustenta e se multiplica. Em tempos de transformação digital acelerada, os líderes precisam assumir também o papel de multiplicadores da comunicação, sendo responsáveis por:

  • Interpretar e filtrar informações oriundas da IA;
  • Sustentar e difundir os valores da empresa;
  • Garantir a empatia e a escuta ativa nos relacionamentos;
  • Traduzir insights tecnológicos em ações humanas.

Leia mais em: Reputação corporativa na era da IA: desafios e oportunidades

Benefícios da inteligência artificial para líderes e equipes

A adoção consciente da inteligência artificial na comunicação traz ganhos significativos. Para os líderes, Avanzi destaca três principais benefícios:

  • Insights diferenciados: a IA pode ajudar a gerar ideias inovadoras a partir de grandes volumes de dados;
  • Agilidade: a tomada de decisões se torna mais rápida e baseada em evidências;
  • Maior produtividade: com a automação de tarefas rotineiras, o gestor pode focar em atividades mais estratégicas.

Para as equipes, os ganhos também são evidentes:

  • Seleção de ideias mais eficientes;
  • Economia de tempo em tarefas mecânicas;
  • Maior clareza na comunicação, uma vez que o líder assume a responsabilidade de interpretar e contextualizar o uso da IA.

Esses pontos mostram como a inteligência artificial na comunicação não deve ser encarada como um fim em si, mas como uma ferramenta que potencializa o que já existe, desde que haja curadoria humana.

Os riscos do exagero e a importância do equilíbrio

Apesar de todos os benefícios, o uso exagerado ou mal orientado da IA pode levar a riscos sérios. Entre os principais, Avanzi aponta:

  • Comodismo, por parte dos líderes que passam a delegar demais à tecnologia;
  • Arrogância, ao acreditar que a IA sabe mais que a experiência humana;
  • Discussões sem base concreta, alimentadas por inputs descontextualizados;
  • Desvalorização da vivência e da inteligência emocional, fatores cruciais para a comunicação interpessoal.

Por isso, ele defende um ponto central da sua palestra: o equilíbrio entre ser humano e tecnologia. A IA pode trazer eficiência, acuracidade e precisão. Mas apenas o ser humano pode garantir empatia, escuta e senso de contexto. Liderar na era da IA é, acima de tudo, saber equilibrar esses dois mundos.

A comunicação interna e o papel do gestor

Renato Avanzi faz uma crítica contundente, mas reveladora: “Se as empresas tivessem bons gestores, a área de comunicação interna seria inútil.” Isso não significa que a comunicação deva ser terceirizada ao gestor, mas sim que a liderança é, por essência, um canal de comunicação interno.

O papel do gestor é garantir que a cultura da empresa seja compreendida, praticada e transmitida. E isso envolve escuta, clareza, responsabilidade e alinhamento, competências humanas que a IA, por mais avançada que seja, ainda não domina.

Portanto, enquanto a tecnologia pode (e deve) apoiar os processos de comunicação, a presença ativa da liderança continua sendo insubstituível. Isso é especialmente válido em tempos de crise, mudanças organizacionais ou transformações culturais, em que a escuta e a conexão emocional são imprescindíveis.

Liderança e transformação digital na era da inteligência artificial

A transformação digital não é somente sobre ferramentas, mas sobre mentalidade. E o líder é o principal agente dessa mudança nas organizações. Liderar na era da IA exige:

  • Domínio da tecnologia, sem perder o senso crítico;
  • Cultura de aprendizado contínuo, já que a velocidade das mudanças não dá sinais de desaceleração;
  • Abertura ao novo, mas sem abdicar dos valores essenciais da comunicação;
  • Responsabilidade ética, principalmente em relação à curadoria e ao uso de dados.

Empresas que enxergarem a liderança como o elo entre pessoas e tecnologia estarão mais preparadas para construir equipes resilientes, engajadas e criativas.

Conclusão

A liderança na era da IA exige mais do que conhecimentos técnicos. Ela pede sensibilidade, empatia e visão estratégica. A inteligência artificial na comunicação é uma aliada poderosa — mas só trará resultados reais se for guiada por líderes humanos, conscientes de seu papel transformador.

Renato Avanzi resume essa ideia ao lembrar que a solução de todos os problemas nas empresas está nas pessoas. E que, com ou sem IA, em organizações pequenas ou grandes, arcaicas ou digitais, o papel da liderança continua sendo fundamental.

Se você busca se posicionar estrategicamente no mercado e contribuir para uma comunicação mais eficaz e humana, comece olhando para dentro: como você está liderando a transformação digital? Você está usando a IA como apoio ou como muleta? Está reforçando sua presença como comunicador ou delegando demais à tecnologia?

A liderança na era da inteligência artificial não é sobre escolher entre humano e máquina. É sobre saber usá-los juntos, com equilíbrio, sabedoria e propósito.

Assista ao Webinar na íntegra: 

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Knewin

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