Categoria: Gestão de crise

7 estratégias para gerenciar crises causadas por influenciadores digitais

influenciadores digitais

Há alguns anos, os influenciadores digitais estão em alta com as marcas, já que eles são capazes de movimentar seus milhões de seguidores a favor da organização.

Mas, ao fazer o planejamento de gestão de crise, a empresa precisa levar em consideração que este profissional pode desencadear uma exposição negativa, que é proporcional ao tamanho do alcance do seu conteúdo.

Leia mais:

>> Como usar o gerenciamento de crise contra a cultura do cancelamento
>> Como o marketing de influência muda a relação entre marca e consumidor

Tenho uma crise causada por influenciadores digitais, e agora?

Os influenciadores digitais (blogueiros, creators, youtubers e até artistas já conhecidos com forte presença digital) constroem uma reputação com determinado público, que pode ser de milhares a milhões de pessoas.

Por consequência, isso leva as marcas a se aproximarem deles para campanhas pontuais ou parcerias mais longas.

Em 2020, por exemplo, mesmo com a pandemia de Covid-19, as campanhas com influenciadores digitais cresceram 20% em relação ao ano anterior, segundo o estudo Tendências para o Marketing, da Adaction e da Inflr, empresas especializadas em mídias digitais.

O movimento se explica pelo alcance desses creators: 68% dos mais de 134 milhões de brasileiros conectados à internet seguem algum influenciador e 76% consomem produtos e serviços indicados por eles. 

A estimativa é que o universo global de influencers chegue hoje a 37 milhões de criadores de conteúdo apenas no Instagram, YouTube e TikTok. O número é da pesquisa da Mediakix, empresa focada em marketing de influência, realizada com uma amostra de mil perfis de cada mídia social avaliada. 

Mas nem tudo são rosas na relação entre contratantes e contratados, afinal, os influencers podem errar – e errar feio.

E o deslize nas redes sociais pode afetar a reputação dos anunciantes ligados àquele produtor de conteúdo. Como consequência, isso gera um volume gigantesco de interações negativas nas mídias sociais, reportagens na imprensa e uma onda de clientes cobrando um posicionamento da organização. É aí que entra o planejamento da gestão de crise. 

Por isso, queremos saber: o seu planejamento tem um capítulo dedicado às táticas para enfrentar uma adversidade causada por parcerias com influenciadores digitais? Não?! Então confira as dicas a seguir.

1. Não espere o pior acontecer 

A ideia aqui é ser proativo, e não apenas reativo. A organização não pode se abster de lidar com a crise e, muito menos, esperar dias para falar publicamente sobre o que está acontecendo.

Enquanto você espera o melhor momento, os influenciadores digitais podem contar a própria versão da história, o que foge do controle da marca e pode piorar ainda mais a situação. 

2. Seja transparente 

No nosso artigo sobre posicionamento na gestão de crise, abordamos a importância da transparência, especialmente neste momento complicado. E essa dica continua válida quando falamos de uma crise causada por um influencer.

Lembre-se que você não tem controle total sobre o que os influenciadores digitais falam e como agem, mas pode conduzir a narrativa da marca, que deve sempre guiada pela sinceridade com o público e imprensa. 

“Aproveite a oportunidade para comunicar os valores da sua marca diretamente à sua comunidade”, sugere Kerry Rivera, diretora sênior de marketing da Experian à Forbes. “Diga a eles o que sua marca representa e reconheça sua decepção se um influenciador se comportar de forma conflitante com esses valores”, complementou. 

3. Encerre a parceria 

Já que houve uma crise, é óbvio que parceria não faz mais sentido. Então, encerre o contrato com o influenciador digital e comunique isso à imprensa. Não esqueça também de se posicionar nas plataformas próprias da marca (como mídias sociais, site e blog) e explique as razões para estar fazendo isso. 

Certifique-se de que seus consumidores saibam imediatamente que o influenciador não se alinha com os valores de sua marca e que você está seguindo em frente”, indica Edward Bourelly, especialista em desenvolvimento de marcas. 

4. Lembre-se do fair play 

O “fair play” é um termo que vem do esporte e significa “jogo limpo”, baseado na conduta ética. Trazendo esse conceito para a gestão de crise, isso significa se posicionar sobre o problema, mas sem atacar o creator – lembrando que a maneira com que a crise é conduzida também fala muito sobre a marca.

Como exemplo de fair play durante uma crise, podemos citar a Avon, que se posicionou contra o cancelamento da Karol Conká, depois da eliminação com 99,17% do BBB21 devido à conduta da rapper no programa.

“Nós não acreditamos em cancelamento. Nós acreditamos em conversas. E por isso, queremos propor esse diálogo sobre o assunto que tomou a internet hoje”, diz uma postagem da empresa de cosméticos – que trabalhou com a artista entre 2017 e 2019 – no seu perfil do Twitter

5. Escolha seu porta-voz com cuidado

O porta-voz da marca é um fator importante na gestão de crise, já que essa pessoa reflete o grau da gravidade do incidente.

Sendo assim, primeiro pese a intensidade da crise e, depois, escolha quem será o rosto que irá se posicionar.

6. Tenha mais de um influenciador

Considerando que, provavelmente, o seu público é variado, é válido ter parceria com mais de um influencer.

Dessa maneira, quando a crise chegar, a marca pode construir uma campanha envolvendo outros influenciadores digitais, desvinculando a imagem da organização do erro do outro creator.

7. Para evitar novas crises, conheça o influenciador 

Com o nível de popularidade e investimento nos influenciadores digitais, pode ser atraente entrar na onda do marketing de influência, sem compreender o impacto desse relacionamento na imagem de sua marca. E essa desinformação pode ser o gatilho da situação que leva à gestão de crise. 

Pense nisso antes de firmar contrato com o influencer. Pesquise, conheça a trajetória do criador de conteúdo e avalie se suas visões e abordagem se encaixam com a imagem e princípios da empresa

A parceria com influenciadores digitais pode fazer sentido para a sua marca, afinal você ganha seguidores, aumenta o número clientes em potencial e pode atingir novos públicos.

Porém, apesar desses benefícios, o seu plano de gestão de crise não pode deixar de lado algumas táticas para lidar com uma situação causada por um digital influencer que se mostrou não estar devidamente alinhado à organização. 

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