Repassar um custo para o cliente que não está previsto no contrato é sempre algo delicado. Se o valor extra é de um trabalho na área da comunicação, essa tarefa é ainda mais sensível, já que o próprio setor peca, muitas vezes, na forma de fazer essa cobrança.
Mas, como qualquer outra profissão, o assessor deve estar amparado por um contrato que estabeleça, entre algumas coisas, os custos de cada serviço e a previsão de valores extras.
x formas de repassar o custo para o cliente de assessoria
Como já falamos no blog, existem várias formas de precificação para agências, como os pacotes de serviços e os modelos por hora ou por produção. Esses valores devem ser descritos no contrato, assim como o tipo de serviço oferecido ao assessorado e a forma de pagamento.
Alguns assessores freelancer também utilizam tabelas de referência de sindicatos, como o dos jornalistas do Estado de São Paulo, para ter um parâmetro na hora de cobrar pelos serviços.
Não, cobrar não é uma tarefa fácil. Por isso, o ideal é que o próprio contrato estipule que alguns tipos de serviços não estão no escopo e, por isso, terão um custo para o cliente. É importante ter isso esclarecido desde o início para que o trabalho ocorra da melhor forma e não surpreenda o assessorado. Confira, abaixo, algumas situações onde as assessorias de imprensa, normalmente, repassam custos extras para os assessorados:
1. Despesa em evento? É mais um custo para o cliente
Trabalhos em eventos, normalmente, geram gastos extras. Atividades corporativas em que o assessorado participará como palestrante, por exemplo, podem ser acompanhadas pelo assessor de imprensa, desde que as despesas deste sejam ressarcidas.
O evento é em outra cidade, o profissional precisa se deslocar, alimentar-se etc? Então, o valor gasto deve ser reembolsado. Claro que isso tudo deve ser acordado, previamente, entre o assessor e o assessorado.
Outro exemplo de despesas em eventos é quando o próprio cliente é organizador e/ou patrocinador. Nesse caso, uma das principais ações da assessoria de imprensa é convidar jornalistas para cobrir e divulgar o evento.
Muitos veículos de imprensa têm restrição a qualquer apoio financeiro de empresas privadas, o que pode dificultar essa ação. Porém, alguns jornalistas aceitam fazer a cobertura com custos pagos pela empresa promotora .
Assim, as viagens para o evento, alimentação e hospedagem também vão gerar um certo custo para o cliente. Da mesma forma que o primeiro caso, é preciso ver se o custo-benefício desse tipo de ação vale a pena.
2. O cliente não tem uma boa foto para divulgação? Procure um fotógrafo profissional
Poucos assessores dão a devida importância para esse aspecto da comunicação: a fotografia. De que adianta ter ótimas informações se a divulgação depende de uma boa foto do cliente?
Com a redução do número de jornalistas nas redações, a área de fotojornalismo ficou ainda mais precária nos veículos e alguns nem contam mais com fotógrafos na equipe. Portanto, a diferença entre emplacar ou não na imprensa pode ser o envio de fotos em boa qualidade para o jornalista.
Mas nem sempre as agências de comunicação têm profissionais de fotografia ou até mesmo bons equipamentos para fazer isso. Assim, a solução é contratar um fotógrafo. Algumas assessorias cadastram profissionais e intermedeiam o trabalho entre o cliente e o fotógrafo. É essencial ter bons contatos nessa área para indicar aos clientes, caso seja necessário.
3. Marketing é à parte, ok?
Constantemente o assessor precisa explicar ao cliente a diferença entre assessoria e marketing, por isso lançamos no blog um post específico sobre o tema. Enquanto a assessoria trabalha o relacionamento do assessorado com o mercado, buscando apresentá-lo como uma autoridade, o marketing procura criar valor e melhorar a satisfação do público-alvo do seu cliente. Por mais complementares que as áreas sejam, os serviços prestados serão cobrados de forma distinta.
Quando o assessorado precisa de algum apoio de marketing para campanhas, criação e manutenção de sites, determinadas ações em redes sociais ou inbound, por exemplo, você deve repassar esse custo para o cliente. Evidentemente que o assessor pode ajudar ou até realizar as ações, porém o serviço é cobrado à parte.
4. A dor de cabeça da solicitação de clipagens
Por fim, outro fator que pode causar um custo para o cliente fora do combinado no contrato é em relação à clipagem. A terceirização desse serviço por parte de clipadoras pode dar muita dor de cabeça ao assessor. Isso porque essas empresas procuram por palavras-chave já determinadas anteriormente e cobram por isso.
Mas e se o cliente sair em alguma publicação e a empresa contratada não encontrar? Provavelmente você terá que fazer uma solicitação à clipadora e pagar por isso. Sim, é mais um custo para o cliente e esse é difícil de repassar ao assessorado, acredite! Aqui, falamos sobre como justificar o custo, por exemplo, de uma ferramenta de clipagem numa entidade.
De qualquer forma, o fundamental é sempre manter um bom canal de comunicação com o assessorado. Nunca cobre sem ter consultado previamente o seu cliente. Além de ser extremamente antiprofissional, essa atitude demonstra uma falha em relação a algo fundamental na sua profissão: a clareza na comunicação.
Por causa das mudanças sofridas pelo meio online, as agências de assessoria precisam repassar o custo para o cliente de diversos outros serviços.