Se você não pensa em estratégia de comunicação voltada para a diversidade, é hora de mudar esse cenário. Afinal, o relacionamento padronizado e distante entre marcas e públicos já não faz mais sentido.
Hoje, é fundamental falar com todos os públicos e levar em conta aspectos como etnia, gênero, idade e situação social, por exemplo. Em outras palavras, pluralidade e aceitação devem estar no centro da sua estratégia de comunicação corporativa.
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6 passos fundamentais para estratégia de comunicação inclusiva
A estratégia de comunicação voltada para diversidade e inclusão precisa ser holística, contemplando os perfis de colaboradores e consumidores da marca, reduzindo barreiras e criando oportunidades para todos.
Partindo disso, elencamos 6 táticas para desenvolver a comunicação inclusiva na sua empresa. Confira:
1. Defina o que é diversidade e inclusão
Como a sua empresa enxerga diversidade e inclusão? E os colaboradores? E os consumidores da marca? As respostas para esses questionamentos devem ser os pilares para a construção de uma estratégia de comunicação inclusiva.
Neste sentido, a tecnologia pode auxiliar no mapeamento do perfil dos públicos da marca e também para coletar informações sobre a percepção deles sobre temas de diversidade.
Esses dados irão nortear a estratégia de comunicação, incluindo quais temas precisam ser mais abordados, que modificações precisam ser feitas para abranger todos os perfis (tanto nas plataformas usadas, quanto na própria maneira de se comunicar).
2. Perceba as interseccionalidades
Se investir em diversidade e inclusão passa por entender o preconceito, compreender a opressão passa, obrigatoriamente, pela reflexão do conceito sociológico de interseccionalidade.
Esse termo se refere à sobreposição (ou intersecção) de identidades sociais e, assim, de diferentes opressões, dominações ou discriminações. E isso importa, sim, para a comunicação corporativa.
Claro que é um assunto complexo, mas que precisa estar na pauta do dia dos times de comunicação. Afinal, impacta imensamente a percepção do posicionamento corporativo.
O artigo “Gênero e raça na comunicação de marcas: a dimensão política do consumo sob uma perspectiva interseccional”, que aborda a comunicação de marcas de cabelos crespos no Dia Internacional da Mulher, deixa muito claro onde as marcas falham.
O estudo conclui que, ainda que algumas imagens mostrem empoderamento feminino, fica claro o “apagamento dos corpos fora do padrão de beleza vigente. No caso mais grave, há total apagamento da mulher negra”.
Ou seja, as marcas estudadas estão atentas à necessidade da valorização da mulher. No entanto, ainda não conseguiram incluir aquelas não magras, não brancas, não altas, não com traços europeus… E isso significa uma representatividade que não é abrangente.
3. Linguagem inclusiva e neutra
A linguagem inclusiva e a neutra também devem estar presentes na estratégia de comunicação pautada pelo acolhimento, tanto para colaboradores quanto para consumidores.
De forma resumida, a linguagem inclusiva é aquela que não contém palavras, frases ou expressões preconceituosas, estereotipadas ou visões discriminatórias de pessoas ou grupos específicos, sem mudar a estrutura do idioma. Por exemplo, se referir a “todos e todas” em vez de apenas “todos”.
Enquanto isso, a linguagem neutra ou não binária tem os mesmos princípios de excluir termos preconceituosos, porém, com o diferencial de mudar o gênero masculino como o escolhido para representar o coletivo.
Como exemplo, se referir a um grupo com homens e mulheres com “as pessoas”, em vez de “eles” ou “todos”.
Uma leitura importante para a compreensão do assunto é o Manual Prático de Linguagem Inclusiva. O material, por exemplo, não recomenda o uso do “x” e do “@” para neutralizar o gênero por dificultarem a leitura para deficientes visuais que utilizam programas leitores de texto.
Outra questão é o uso do “e” como linguagem neutra – como na frase “olá, amigues”, em vez de “olá, amigos” -, mas que se torna praticamente inviável em frases e textos mais longos.
4. Transformação efetiva com base em informação
Todos os aprendizados e dados coletados desde o começo do mapeamento sobre o cenário de diversidade e inclusão precisam extrapolar os muros da comunicação.
Isso quer dizer que é preciso que as informações circulem dentro da empresa, permitindo e estimulando a transformação de processos, políticas e iniciativas.
A ampliação desse cenário social precisa permear, por exemplo, o atendimento ao cliente na loja, o desenvolvimento de produtos e serviços e o estabelecimento de benefícios para os colaboradores.
De nada adianta que a marca tenha um folder ou um post em mídias sociais mostrando jovens negros se não houver uma política de contratação desse grupo ou mesmo se o produto da empresa foi desenvolvido apenas para homens brancos de meia idade.
5. Pratique o que você prega
Pode até soar como óbvia essa dica, mas diversas marcas divulgam uma imagem de diversidade e inclusão que está longe de ser a realidade interna. E, quando essa desconexão vem à tona, a reputação da marca fica em risco.
Nesse aspecto, vamos falar de duas formas nas quais a estratégia de comunicação pode agir para garantir que o discurso e práticas internas estejam em sintonia.
A primeira delas é a garantia de uma equipe de comunicação plural, com pessoas de diferentes vivências e realidades. Nessa parte, é importante contar com o apoio do RH para o processo de contratação, que precisa ser inclusivo.
A segunda forma é a própria comunicação interna, que, como já falamos, também deve contemplar a pluralidade de profissionais que compõem os diversos times da organização.
Para isso, vale rever os dados colhidos sobre o perfil dos colaboradores, com o objetivo de desenvolver a comunicação inclusiva.
6. Mensure os resultados da estratégia de comunicação
Para saber os resultados das táticas adotadas na estratégia de comunicação, os impactos da diversidade e inclusão precisam ser mensurados – o que ajuda a reforçar o valor dessas práticas.
Nos canais de comunicação internos e mídias sociais, site, blog e imprensa, as ferramentas de mensuração facilitam muito a avaliação de cada campanha e a percepção do público (seja interno ou externo).
Em relação aos consumidores, o time de comunicação pode verificar o engajamento nas ações de diversidade e inclusão através dos likes, comentários, compartilhamentos e mensagens.
Esses dados são fundamentais para identificar quais práticas estão funcionando e quais podem ser aperfeiçoadas para atingir positivamente ainda mais pessoas.
O mercado e a própria sociedade têm mudado bastante a percepção em relação à diversidade e inclusão. Portanto, a estratégia de comunicação deve acompanhar essas modificações, de forma efetiva e realista, engajando colaboradores e demais profissionais em práticas que celebrem e, principalmente, respeitem as diferenças.
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